Se as pessoas são plurais, têm perfis e canais comunicativos distintos, é possível se comunicar com todas elas? A resposta é sim! Você precisa entender isso para aperfeiçoar sua capacidade de comunicação. Vamos compartilhar a seguir estratégias e dicas que vão fazer toda a diferença nesse aprendizado.
Nosso intuito não é trazer uma receita de bolo ou defender uma forma única de interação. Longe disso! Queremos mostrar elementos e posturas que possibilitam se comunicar com todas as pessoas — e se comunicar bem, de maneira empática e assertiva. Vamos em frente!
Fale de forma que as pessoas entendam
Nada mais chato do que conversar com quem usa vocabulário excessivamente formal, com quem é fã de prolixidade ou fala de maneira que não entendemos, concorda?
Quando ninguém compreende o que você diz, é sinal de alerta para a eficácia da sua comunicação. Fazer uma análise sincera de como você conversa, sua linguagem, entonação e demais elementos comunicativos vai te ajudar a identificar onde estão os pontos de melhoria necessários.
Se o objetivo é se comunicar com todas as pessoas, é preciso tirar o foco de si e colocá-lo nos outros. Você deve entrar no universo do indivíduo com quem está falando, para que ele entenda perfeitamente a sua mensagem. Vale para mensagem escrita, áudio de WhatsApp, e-mail, ligação telefônica e todos os formatos de comunicação síncrona e assíncrona.
Atenção a três dicas básicas:
Use jargões profissionais, siglas e vocabulário técnico com pessoas da sua área. Caso seja necessário usar algum desses termos, explique-o.
Adeque sua linguagem à pessoa com quem você está dialogando. Já imaginou se dirigir a um juiz igual a quando você encontra um amigo num bar? Nada a ver, não é? Portanto, tenha sempre atenção a esse aspecto.
Prefira frases simples e em ordem direta a períodos longos e com muitas palavras intercaladas. Por exemplo, em vez de “A todos os membros da equipe, respeitosamente, comunicamos a decisão da diretoria”, opte por “Respeitosamente, comunicamos à equipe a decisão da diretoria”.
Adote a linguagem inclusiva
A linguagem e a comunicação precisam dar conta de todas as existências, isto é, todas as pessoas devem ser englobadas nas estruturas linguísticas de uma sociedade.
É nesse cenário, junto com as mudanças globais, tecnológicas, mercadológicas e sociais, que emerge a relevância da linguagem inclusiva, como um recurso de combate à discriminação, ao preconceito e aos esteriótipos. Destacamos duas abordagens que se complementam e que estão ganhando mais espaço nas organizações. Confira!
Adeus às palavras e expressões preconceituosas
Há alguns anos, intensificou-se o debate acerca de palavras e expressões que remetem a estereótipos e discriminação e que, muitas vezes, usamos no modo automático.
Acontece que retirar do nosso vocabulário termos de cunho racista, capacitista, homofóbicos, entre outros, vai além do respeito aos grupos minorizados. Essa iniciativa torna nossa comunicação mais abrangente. Ainda, faz parte das boas práticas de gestão e tem sido cada vez mais valorizada pela sociedade.
Exemplos de substituições:
“Esqueceu o prazo? Tá ficando velho, hein?” / “Esqueceu o prazo? Que tal colocar na agenda?”.
“Produtos comercializados no mercado negro” / “Produtos comercializados no mercado paralelo” ou “Produtos comercializados de forma ilegal”.
“Opção sexual não é critério de contratação ou demissão” / “Orientação sexual não é critério de contratação ou demissão”.
“A empresa conta com oportunidades para deficientes” / “A empresa conta com oportunidades para pessoas com deficiência”.
Bem como na linguagem neutra, o processo se torna natural com a prática. Na dúvida, pesquise sempre, converse e se informe. O manual de linguagem inclusiva do Senado Federal é uma boa referência para entender mais sobre o tema e aplicar em sua empresa.
Linguagem neutra de gênero
O idioma, mais que um sistema de comunicação oficial, envolve também o pertencimento de pessoas à coletividade de uma nação e a dignidade da pessoa humana, independentemente de seu gênero.
Dessa forma, a criação de uma gramática que inclua todos os indivíduos tem sido uma pauta recorrente em várias instâncias da sociedade, como educação, justiça, cultura e mundo corporativo. Precisamos ter bastante atenção a isso, sobretudo quando levantamos bandeiras como Diversidade, Equidade e Inclusão.
Enquanto não há um sistema gramatical que dê conta dessa demanda da neutralidade, ou seja, que se baseia em feminino e masculino, o que fazer? A resposta é buscar recursos na própria língua, reformulando frases, a fim de que não demarquem o gênero. Acompanhe alguns exemplos.
“Bom dia, colaboradores!” → “Bom dia, equipe!”.
“Vaga para engenheiro” → “Vaga para pessoa engenheira”.
“Reunião de diretores” → “Reunião de diretoria”.
Pode gerar estranhamento no começo, mas logo se tornará natural com a prática. Assim, você garante que sua linguagem chegue a todas as pessoas.
Demonstre interesse pelas pessoas
Mais do que saber se expressar bem, a comunicação envolve conexão. Esta, por sua vez, se dá com uma boa capacidade de escutar, ler e compreender quem interage com você. Ou seja, precisamos notar que realmente há interesse no que estamos falando, para decidirmos se vamos seguir com aquela conversa. Então, atenção a estas práticas essenciais.
Comunicação requer vínculo real
Em uma reunião online, numa conversa de elevador ou em uma situação presencial, é necessário criar-se um vínculo (ainda que momentâneo) para que a comunicação se estabeleça.
Pense bem, será que isso é possível se você estiver mexendo no celular, se você interrompe a fala da outra pessoa com um assunto que não tem nada a ver com o que ela está dizendo, ou se o seu olhar tá vagando pelo ambiente?
Obviamente não, certo? Portanto, se faça presente na conversa. Mantenha contato visual, deixe o celular de lado e preste atenção no que está ouvindo.
Perguntas movem o mundo
Sempre ressaltamos a importância de fazer perguntas a fim de que a comunicação assertiva aconteça. E lá vamos nós mais uma vez. Por quê? Porque esse é um dos caminhos para você de fato conseguir se comunicar com todas as pessoas, independentemente do perfil delas.
Sendo assim, faça perguntas abertas, pois dão mais espaço para que o assunto tenha continuidade e mostram que você realmente se interessa pelo conteúdo e pela pessoa. Outra dica é: resgate o ponto-chave da resposta e fale mais sobre o assunto, pergunte mais e logo a interação fluirá.
A implementação dessas dicas acontecerá com a prática, treinando ali no dia a dia, errando e aprendendo. Saber o caminho já é um importante passo no processo de qualificação da sua comunicação. Os resultados também serão percebidos nas experiências, com diálogos mais saudáveis, conversas mais transparentes e relacionamentos mais leves e autênticos. Vale a pena começar o quanto antes.
Você quer aprimorar ainda mais essa habilidade e aprender a se comunicar com todas as pessoas? A 2um ajuda nessa jornada, em mentorias individuais e consultoria para desenvolvimento de equipe. Vem com a gente!
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