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Antes de responder, respire! Inteligência emocional na comunicação




É inegável: estamos na era da velocidade. Com tantos avanços e transformações tecnológicas, sociais e comportamentais, a sensação é de que o tempo está passando mais rápido. Podemos acelerar os vídeos, ouvir áudios em 2x, 3x, e assim por diante. Se por um lado tudo isso é incrível, por outro precisamos ter atenção, porque a vida é em 1x, nós também.


A exigência de respostas rápidas tem causado certa bagunça em nossas emoções. Vai dizer que nunca sentiu uma pontinha de angústia ao ver várias notificações não respondidas no WhatsApp ou aquele leve desespero por não conseguir fazer tudo o que está programado?!


Na contramão do que estamos vivendo, a comunicação e os relacionamentos pedem uma pausa estratégica entre o recebimento da mensagem e a resposta. Tem-se aí um dos pilares da inteligência emocional na comunicação, e precisamos falar mais sobre esse assunto. Vamos lá?


Primeiramente, perceba a relação entre emoções e comunicação


A comunicação reflete muito mais do que a informação que uma pessoa emite. Ela é uma tradução das nossas emoções e dos nossos sentimentos, mesmo que ainda estejam no subconsciente. Ou numa analogia mais simples, a comunicação é a ponta do iceberg.


Nós não podemos controlar nossas emoções; elas são instintivas. O que está ao nosso alcance é o controle das nossas reações, das nossas respostas. É exatamente esse intervalo que oportuniza uma reação pensada e conduzida da melhor forma.


Sabe quando sobe uma raiva, uma indignação, e você se sente vítima de uma injustiça? É possível não senti-la? Não. Ter raiva é normal. O que faz a diferença é se você vai gritar, mandar a pessoa para vários lugares e ficar com a cara fechada um bom tempo depois; ou se vai parar, respirar e se acalmar para dizer o que está te desagradando, mas com estratégia, empatia e autenticidade.


Compreender o elo entre esses dois campos vai ajudar bastante a colocar em prática essa inteligência emocional na comunicação.


Agora, entenda por que a pausa antes de responder é importante


Respirar antes de responder, pensar antes de se posicionar e se permitir entender como a mensagem que você recebeu mexe com suas emoções podem fazer muito por sua saúde mental e por seus relacionamentos.


Essa pausa (também conhecida como inteligência emocional na comunicação) seguramente traz muitos benefícios. Além de evitar conflitos desnecessários e aquele arrependimento que vem depois de uma discussão exagerada ou uma palavra mal colocada, ela:


  • permite que você tenha domínio das suas reações, o que é muito empoderador;

  • faz você reconhecer quais são suas emoções e necessidades e quais são as dos outros, de modo a não se “contaminar” com comportamentos e atitudes que dizem respeito somente a outras pessoas;

  • evita que você leve para o pessoal qualquer tipo de feedback ou decisão técnica;

  • amplia sua capacidade de empatia;

  • melhora sua habilidade de se relacionar com pessoas de todos os perfis;

  • garante mais assertividade em sua forma de se comunicar.

Por fim, confira dicas para exercitar a inteligência emocional na comunicação


Agora que você já entendeu que a pausa estratégica entre a mensagem recebida e a resposta é o puro suco da inteligência emocional na comunicação, verá práticas que serão base para isso.


Na hora em que algo ocorrer, você não vai literalmente parar para pensar na sensação, identificar o contexto, formular uma resposta complexa etc. Esses passos são para treinar, maturar o jeito de reagir, percebe? Ao longo do tempo, isso se tornará tão natural, que você nem vai notar que passou por eles. Então, confira.


Identifique e registre suas emoções em cada contexto


Tudo começa com o autoconhecimento, com o foco voltado às suas sensações. Aqui, a dica é perguntar-se “o que de fato estou sentindo nesta situação?”. Precisamos dar nome ao “problema” e saber o que ele é, a fim de alcançarmos uma solução.


Feito isso, é hora do diário. Você pode ter como fonte situações passadas (para começar suas anotações) e adquirir esse hábito daqui para frente.


Veja exemplos: 

Situação 

O que eu senti

Meu chefe me deu um feedback negativo na frente da equipe.

Raiva e vergonha.

Aconteceu uma briga no barzinho onde eu estava com meus amigos.

Medo e susto.

Fiquei superfeliz com uma promoção no trabalho e acabei sendo inconveniente.

Alegria, sensação de poder, sensação de recompensa merecida.

Esse raciocínio é importante para as duas próximas dicas.


Reflita sobre os gatilhos de cada emoção


O que fez você se sentir de determinada maneira diante de um comentário, um acontecimento ou uma decisão que te envolve? Será que isso se refere ao outro ou a você? Essas perguntas nos ajudam a entender melhor nossos sentimentos e sensações e os possíveis gatilhos. Por sua vez, esse entendimento facilita o autocontrole e a identificação de recursos para tal.


É preciso pensar com calma e sinceridade. Você está diante de uma missão nada simples, que requer tempo, maturidade e transparência consigo. Inclusive, recomendamos fortemente que você divida essas questões com profissionais da saúde mental, como psicoterapeutas. Pois, assim, você reconhecerá as raízes de seus comportamentos e emoções e aprenderá a lidar com elas de forma mais leve, estratégica e saudável.


Ao melhorar a relação com o que está na base das suas vivências, das suas subjetividades e da sua personalidade, haverá o aperfeiçoamento da sua habilidade de comunicação.


Seguimos com o exemplo do tópico anterior: 

Situação 

O que eu senti

Possíveis gatilhos

Meu chefe me deu um feedback negativo na frente da equipe.

Raiva e vergonha.

Timidez, indignação com injustiças, baixa capacidade de autocrítica, busca por aprovação social etc. 

Aconteceu uma briga no barzinho onde eu estava com meus amigos.

Medo e susto.

Situações passadas de briga e violência.

Fiquei superfeliz com uma promoção no trabalho e acabei sendo inconveniente. 

Alegria, sensação de poder, sensação de recompensa merecida.

Espera pelo resultado de sua dedicação, necessidade financeira, vontade de compartilhar alegria com as pessoas. 

Mapeie seus comportamentos e suas reações 


Feitas as etapas acima, é hora de identificar e mapear como você reage, a forma como responde a cada contexto, a cada provocação ou realização. Relembre ocasiões marcantes da sua vida, para iniciar sua reflexão.


Essa dica é para que você enxergue padrões no seu comportamento e, a partir disso, avalie suas atitudes e busque meios que te oportunizem estar no controle delas. Se você já sabe, por exemplo, que sua reação é gritar ainda mais alto quando uma pessoa grita com você, ou que você chora quando está sob pressão, terá muito mais efetividade para tomar atitudes e decisões de maneira mais estratégica.


Analise a tabela exemplo completa: 

Situação 

O que eu senti

Possíveis gatilhos

Como eu reagi

Meu chefe me deu um feedback negativo na frente da equipe.

Raiva e vergonha.

Timidez, indignação com injustiças, baixa capacidade de autocrítica, busca por aprovação social etc.

Interrompi a fala dele e retruquei, dizendo bem alto que ele estava sendo injusto. 

Aconteceu uma briga no barzinho onde eu estava com meus amigos.

Medo e susto.

Situações passadas de briga e violência. 

Chorei e não consegui correr ou tomar alguma atitude para proteger a mim e aos meus amigos.

Fiquei superfeliz com uma promoção no trabalho e acabei sendo inconveniente.

Alegria, sensação de poder, sensação de recompensa merecida.

Espera pelo resultado de sua dedicação, necessidade financeira, vontade de compartilhar alegria com as pessoas.

Contei para todas as pessoas da equipe antes que a liderança comunicasse oficialmente. Isso gerou um mal-estar junto aos colegas que pleiteavam a vaga. 


Dica plus: aprimore sua escutA


Uma escuta genuína é o caminho para respostas e reações mais efetivas, assertivas e verdadeiramente conectadas com você e com as outras pessoas. Essa escuta ativa é aquela em que há atenção, respeito e empatia pelo que alguém está expressando.


Muito além do que formular uma resposta “automática”, ela permite uma dimensão real do cenário, sem exageros, sem interpretações enviesadas e sem levar para o pessoal o que não se deve. Com isso, possibilita mais argumentos e uma postura mais emocionalmente inteligente.


Estamos falando aqui de uma mudança profunda, que impacta múltiplos campos da vida. Logo, requer uma jornada de aprendizado. A inteligência emocional na comunicação se trata de um processo contínuo, com altos e baixos e que se faz mesmo é na prática, no dia a dia, na vivência consigo e na convivência com as pessoas.


Portanto, o que apresentamos neste artigo são informações que vão ajudar você a iniciar e a avançar nessa caminhada, passo a passo, um dia de cada vez e respeitando seu tempo.


Para colocar estratégia nesse processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento da sua comunicação, conte com a 2um. Gostou das dicas? Acompanhe nossas publicações no Instagram e no LinkedIn. Tem muito conteúdo, dicas e informações para você.


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