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Chris O’Neill, CEO global da Evernote: “As pessoas que você contrata são a empresa que você cria”

O elefantinho não deixa mentir: a Evernote quer te ajudar a lembrar de tudo. Fundada em 2007 em Redwood, Califórnia, a empresa que tem o animal como símbolo é uma das queridinhas do Vale. Seu crescimento acelerado atraiu o interesse de fundos lendários como Sequoia e fez com que a empresa levantasse mais de US$ 200 milhões em menos de dez anos. Com mais de 200 milhões de usuários espalhados pelo mundo (o app suporta 31 idiomas), ela agora quer dar o próximo passo e se tornar a sua grande aliada quando o assunto é produtividade e organização.


Para isso, contratou em 2015 Chris O’Neill, executivo com mais de 10 anos de Google no currículo. Em conversa exclusiva com a coluna, feita por e-mail, O’Neill falou do papel fundamental das pessoas na construção do negócio e deu dicas de como geri-las com eficiência. “O meu trabalho é fazer com que minha equipe execute um bom trabalho, assim não preciso saber cada passo dado por eles. E a maneira de fazer todos se sentirem confiantes é dividir a responsabilidade entre o time e ser transparente com todos”, diz.


Como manter a cabeça de startup em uma empresa com mais de 200 milhões de usuários espalhados pelo globo?

Em primeiro lugar, é preciso que você mantenha seu foco naquilo que importa. Podemos ser facilmente distraídos pelas inúmeras coisas que podemos fazer. Na Evernote, garantimos que haja um norte que oriente tudo que fazemos: desde a forma como o produto é construído até como motivamos a equipe.


Como garantir esse alinhamento em um time que cresce tão rapidamente?

Primeiramente, é importante que se gaste tempo com recrutamento. As pessoas que você contrata são a empresa que você cria. Além disso, costumo reforçar aos nossos colaboradores a importância de compartilhar ideias, em não ter medo de expor novos pensamentos. Sua ideia só será genial quando explorada coletivamente.


Costumamos pregar que boas ideias não bastam. Por exemplo, o Google não foi o primeiro a criar um mecanismo de busca, e hoje é a maior do mundo. Por isso, a execução primorosa é diferencial competitivo em nossa equipe. A inovação contínua e a busca constante para sairmos da zona de conforto também são características que busco sempre provocar em toda a equipe.


O que mais é importante para tirar o máximo de cada colaborador?

O meu trabalho é fazer com que minha equipe execute um bom trabalho, assim não preciso saber cada passo dado por eles. E a maneira de fazer todos se sentirem confiantes, é dividir a responsabilidade entre o time e ser transparente com todos. Ao nos depararmos com um desafio, procuramos dissecar e simplificar o problema, entendendo — de verdade e sem medo — qual é a engrenagem que está atrasando ou parando o motor. Se as pessoas trabalharem em algo com que se importam, não existem receios, pois elas estarão fazendo o que amam. Aqui, nos consideramos uma família Evernote.


O que mudou quando entrou em cena a internacionalização da companhia?

Para os times, podemos constatar um espírito mais colaborativo à medida que as empresas se tornam mais globais e interfuncionais — a conectividade está aumentando e o trabalho em equipe é a chave para o sucesso. No entanto, ao mesmo tempo que ajudamos as pessoas a colaborarem, é de igual importância dar a todos do grupo um tempo para pensar e ter uma mente clara para organizar coisas. E isso é exatamente o que o Evernote faz.


Que conselho você daria para uma grande empresa que deseja pensar e agir como uma startup?

Diria a elas para que não tenham medo de errar, pois não existe inovação sem fracasso. A resiliência é também uma característica fundamental, sobrevivem os negócios que se recuperam rápido. Além disso, se pergunte: “Qual o papel que meu produto ou marca foi contratado para desempenhar?” “Qual problema ele resolve? ” Empresas que não sabem responder a essas questões estão fadadas ao fracasso.


*Renato Mendes é sócio da Organica, professor de Marketing Digital do Insper e mentor Scale Up da Endeavor Brasil. Já empreendeu, ocupou posições de liderança em startups, foi advisor de fundo de venture capital, mentor e investidor dessas estrelas da nova economia.


Fonte: http://epocanegocios.globo.com

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